Apresentação da Edição 1 de 2017

Equipe Editorial

Resumo


A Revista LITTERARIUS, em mais um exemplar, torna público o 1º número de 2017, do 16º volume, nas versões impressa e online. Além de artigos das áreas da Filosofia, Psicologia e Teologia, o presente número também mantém ativa a seção de resenhas e traduções.

Apesar de ter-se passado um ano desde a proclamação da exortação apostólica pós-sinodal Amoris laetitia, não parece ainda haver um consenso amplo no cenário eclesial-teológico atual no que diz respeito a uma questão não sem relevância teológica e consequências práticas: Seria a exortação apostólica um divisor de águas em termos teológicos e doutrinais ou, antes, mera confirmação, talvez com um acento ‘latino-americano’, da doutrina matrimonial convencional presente em documentos como a exortação apostólica Familiaris consortio, do papa João Paulo II, até então, o mais normativo no tocante ao matrimônio e à família? O artigo AMORIS LAETITIA: UM DIVISOR DE ÁGUAS NA DOUTRINA DA SACRAMENTALIDADE DO MATRIMÔNIO?, de Leandro Luis Bedin Fontana, indaga se a exortação apostólica Amoris Laetitia representa ou não uma mudança na doutrina tradicional da Igreja sobre o sacramento do matrimônio. Limita-se, assim, à discussão teológica a respeito da exortação, ignorando o debate pastoral em torno da mesma.

A reflexão sobre a linguagem é o que permite relacionar, em um mesmo texto o pensamento de um filósofo iluminista com o de outro, considerado contemporâneo. A palavra, enquanto instrumento da linguagem, permite juntar ambos os pensadores, à medida que ela atravessa a reflexão sobre a origem e a função da língua e do diálogo. O objetivo do artigo A LINGUAGEM COMO PRINCÍPIO HUMANIZADOR DO HOMEM EM ROUSSEAU E BAKHTIN, de Adenaide Amorim Lima e Jasson da Silva Martins, é refletir sobre a teoria do surgimento da linguagem, presente nas obras de Rousseau e de Bakhtin. O foco da análise visa ressaltar os elementos que aproximam os autores.

Douglas João Orben, com o artigo UMA CRÍTICA AO APRIORISMO MORAL, mostra que a moralidade ganha um novo âmbito de discussões como a publicação da teoria crítica de Kant. A filosofia prática kantiana destaca-se não apenas por se contrapor à tradição teleológica de Aristóteles ou à fundamentação divina dos Escolásticos, ela também apresenta uma inovadora proposta de fundamentação da moralidade. O artigo objetiva apresentar uma crítica ao apriorismo moral, representado na razão prática pura de Kant e na concepção de sujeitos abstratos presente na teoria de Rawls, a partir da eticidade
hegeliana e seus herdeiros comunitaristas.

Não deixar sonhar para o sujeito de vida nua significa, segundo Sérgio Lasta, autor do artigo “SE NÃO NOS DEIXAM SONHAR, NÃO OS DEIXAREMOS DORMIR”, alguém que não tem perspectivas de futuro, alguém que não é nada e nunca passará de um nada. Aproximar dos infames seria alguém que não tem voz, não é ouvido. Alguém que não poderia nem sonhar para ter algum desejo satisfeito. O autor, no referido artigo, faz uma reflexão sobre a representação corporal fundamentado nos textos: um de Michel Foucault, outro de Giorgio Agamben e de Luiz Felipe Zago. Ao utilizar o conceito de representação procurou-se analisar a figura de Paul Potts, um calouro candidato a cantor de ópera que se apresentou num programa de televisão em Londres Britain's Got Talent 2007.

Segundo Celito Moro, autor do artigo AMORIS LAETITIA: A PESSOA E A CONSCIÊNCIA DIANTE DAS SITUAÇOES DE FRAGILIDADE NA FAMÍLIA, e um fato real que hoje muitos filhos da Igreja vivem em suas famílias uma situação de grande fragilidade e sofrimento. O artigo parte de uma visão histórica telegráfica, para se chegar a situar o matrimônio e a família no contexto do Vaticano II, onde há o deslocamento da realidade da procriação, como primeira realidade vivida pela família na Igreja, durante séculos, para salientar que o Concílio ressalta o amor que se vive entre as pessoas, como fundamento do matrimônio. Ou seja, como foi entendida a vivência do amor no decorrer da história, colocando em relevo a visão personalista que aparece na Bíblia e na Patrística, no entanto, desaparece na história da Igreja por um longo período, para voltar a reaparecer com o Concílio Vaticano II.

Pedro Kramer, na seção de Resenhas e Traduções, apresenta a resenha do livro  COMPREENDER O ANTIGO TESTAMENTO: UM PROJETO QUE SE TORNOU PROMESSA, autoria de  Gilles Drolet. O livro faz parte de uma coleção Biblioteca de Estudos Bíblicos, e a razão de figurar nesta coleção deve-se certamente ao fato de que esta obra é uma boa introdução não só ao Antigo Testamento (AT), mas a toda a Bíblia porque faz continuamente alusões ao Novo Testamento (NT). Na ‘Introdução’ a seu livro G. Drolet apresenta a proposta da sua obra: 'Dar uma explicação de conjunto do Antigo Testamento'. A primeira chave de leitura da Bíblia visa sua totalidade, tanto as diferenças como as semelhanças entre o AT e o NT. A segunda chave de leitura se refere ao fato de que a Bíblia é uma pequena biblioteca, composta de livros bastante diferentes. A terceira chave de leitura bíblica consiste na atenção às palavras importantes, constantemente retomadas e aprofundadas nos diferentes livros bíblicos.

Agradecemos a todos os colaboradores da Litterarius, internos e externos, pela colaboração e contribuição para que mais um volume da Revista pudesse ser publicado com seu primeiro número, e esperamos continuar contando com essa colaboração ao longo de 2017 para os demais números deste periódico, tanto online como impresso.

 

Sérgio Nicolau Engerroff
litterarius@fapas.edu.br


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