O HOMEM COMO FIM EM SI MESMO E MEMBRO LEGISLADOR DE UM POSSÍVEL REINO DOS FINS

Édison Martinho Difante

Resumo


O artigo busca apresentar uma breve reconstrução da argumentação kantiana a respeito do reino dos fins. Parte-se da ideia de que todo o homem deve ser considerado como fim em si mesmo e, a partir disso, chega-se à definição de tal reino enquanto um modelo idealizado por Kant na Fundamentação da metafísica dos costumes. Na segunda parte, retomam-se algumas passagens da Crítica da faculdade do juízo com o objetivo não só de relacionar, mas demonstrar que o homem enquanto fim em si mesmo condiz exatamente com aquele homem concebido como fim terminal da criação. Ao término do trabalho, mesmo que brevemente, busca-se estabelecer a diferença entre o mundo moral da Crítica da razão pura, enquanto ideia que deve exercer influência no mundo sensível, e o reino dos fins, enquanto ideia que deve ser realizada a partir das ações e omissões do homem.

 

Palavras-chave: Fim em si mesmo. Reino dos fins. Ideal. Kant.

 

The Man as an End in Himself And a Legislator Member of

a Possible Kingdom of Ends

 

Abstract: This article seeks to present a brief reconstruction of the Kantian argumentation about the kingdom of ends. It starts from the idea that every man must be considered as an end in himself and, from that, it comes to the definition of that kingdom as a model idealized by Kant on the Groundwork of the metaphysic of morals. On the second part, some passages of the Critique of judgement are taken up with the objective of not only relate, but demonstrate that the man as an end in himself agrees exactly with that man conceived as the terminal end of creation. At the end of this article, even briefly, it seeks to
establish the difference between the moral world of the Critique of pure reason, as an idea that must exert influence on the sensible world, and the kingdom of ends, as an idea that must be realized starting with the man’s actions and omissions.

 

Keywords: End in itself. Kingdom of ends. Ideal. Kant.


Texto completo:

Download PDF

Referências


ALLISON, H. E. Kant’s theory of freedom. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.

DIFANTE, E. M. A regra oral e os princípios práticos do agir em Kant. Peri, v. 03, n. 02, p. 58- 78, 2011. Disponível em: http://nexos.ufsc.br/index.php/peri/article/view/856/359. Acesso em: 26 jun. 2016.

HAMM, C. V. A natureza “inatural” da razão em Kant. Studia Kantiana, n. 15, p. 153-164, 2013. Disponível em: http://www.sociedadekant.org/studiakantiana/index.php/sk/article/view/153/148. Acesso em: 26 jun. 2016.

HILL, T. E. The Kingdom of Ends. In: BECK, L. W. (Ed.). Proceedings of the Third International Kant Congress. Dordrecht-Holland: Reidel Publishing Company, 1972. p. 307-315.

KANT, I. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Tradução de Clélia A. Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

KANT, I. Crítica da faculdade do juízo. Tradução de Valerio Rohden e António Marques. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002a.

KANT, I. Crítica da razão prática. Tradução de Valerio Rohden. Baseada na edição original de 1788. São Paulo: Martins Fontes, 2002b.

KANT, I. Crítica da razão pura. Tradução de Valerio Rohden e Udo Baldur Moosburger. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Os pensadores)

KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. Tradução de Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70, 1995.

KANT, I. Prolegômenos a toda a metafísica futura. Tradução de Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 2003.

KANT, I. Reflexiones sobre filosofía moral. Tradución, estúdio introductório y notas de José G. Santos Herceg. Salamanca: Sígueme, 2004.

SCHÖNECKER, D.; WOOD, A. W. A Fundamentação da metafísica dos costumes de Kant: um comentário introdutório. Tradução de Robinson dos Santos e Gerson Neumann. São Paulo: Edições Loyola, 2014.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.




 



Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.

 

Indexada em: